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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Você sabia que a Igreja Católica é constituída por 24 Igrejas autônomas?


Você sabia que a Igreja Católica é constituída por 24 Igrejas autônomas?


Você sabia que a Igreja Católica é atualmente constituída por 24 Igrejas autônomas “sui juris”?

Pois é! A Igreja Católica não se limita ao rito romano. Ela é uma grande comunhão de 24 Igrejas, sendo 1 ocidental e 23 orientais.

O ramo ocidental é representado pela tradição latina da Igreja Católica Apostólica Romana. É chamado “ocidental” por conta da localização geográfica de Roma e não porque a sua presença se restrinja a países do Ocidente: na verdade, a Igreja Católica de rito romano está presente no mundo inteiro e tem dioceses em todos os continentes, de Portugal ao Japão, do Brasil à Rússia, de Angola à China, do Canadá à Nova Zelândia.

As Igrejas católicas orientais também têm fiéis espalhados pelo mundo, mas, por razões históricas, estão mais fortemente presentes nos lugares onde surgiram. Possuem tradições culturais, teológicas e litúrgicas diferentes, bem como estrutura e organização territorial própria, mas professam a mesma e única doutrina e fé católica, mantendo-se, portanto, em comunhão completa entre si e com a Santa Sé.

Todas as 24 Igrejas que compõem a Igreja Católica são consideradas Igrejas “sui juris”, ou seja, são autônomas para legislar de modo independente a respeito de seu rito e da sua disciplina, mas não a respeito dos dogmas, que são universais e comuns a todas elas e garantem a sua unidade de fé – formando, na essência, uma única Igreja Católica obediente ao Santo Padre, o Papa, que a todas preside na caridade.

A legislação de cada Igreja “sui juris” é estudada e aprovada pelo seu respectivo sínodo, ou seja, pela reunião dos seus bispos sob a presidência do seu arcebispo-maior ou patriarca. Por exemplo, a Igreja Melquita é presidida por Sua Beatitude o Patriarca Gregório III; a Igreja Greco-Católica Ucraniana, por Sua Beatitude o Arcebispo-Maior Dom Sviatoslav Shevchuk. O rebanho dos fiéis católicos de rito latino é guiado diretamente pelo Papa Francisco, bispo de Roma, que é também o líder de toda a grande comunhão da Igreja Católica em suas diversas tradições.

É muito comum até hoje, em especial no Ocidente, confundir a Igreja Católica com o rito latino, um erro que vem acontecendo há séculos e que, ao longo da história, já causou sérios prejuízos aos católicos de ritos orientais. O que é preciso entender é que todos os católicos latinos são, obviamente, católicos; mas nem todos os católicos são católicos latinos. E esta é mais uma das tantíssimas riquezas do infinito tesouro da Igreja que é Una, Santa, Católica e Apostólica!

O Concílio Vaticano II reconheceu que todos os ritos aprovados pelas Igrejas que formam a Igreja Católica têm a mesma dignidade e direito e devem ser preservados e promovidos.

Aliás, por falar em rito, outra confusão frequente é feita entre o rito latino e o rito romano: os termos costumam ser usados como sinônimos, mas, tecnicamente, além do rito romano, também existem outros ritos latinos de certas Igrejas locais, como o ambrosiano, e os de algumas ordens religiosas, além do rito tridentino. Mas eles não estão vinculados a Igrejas autônomas “sui juris“, sendo diferentes ritos dentro da mesma tradição latina da Igreja Católica. Quanto aos ritos orientais, as diferenças são mais marcadas pela diversidade de tradições e há vínculos históricos entre os ritos e as Igrejas “sui juris” específicas que os adotam: são eles o alexandrino ou copta, o bizantino, o antioqueno ou siríaco ocidental, o caldeu ou siríaco oriental, o armênio e o maronita.

Mas quais são, afinal, as Igrejas “sui juris” que formam a Igreja Católica? Eis a impressionante lista:



DE RITO OCIDENTAL

Tradição litúrgica latina ou romana:
Rito latino da Igreja Católica Apostólica Romana (sede em Roma)



DE RITOS ORIENTAIS

Tradição litúrgica alexandrina:
Igreja Católica Copta (patriarcado; sede no Cairo, Egito)
Igreja Católica Etíope (metropolitanato; sede em Adis Abeba, Etiópia)
Igreja Católica Eritreia (metropolitanato; sede em Asmara, Eritreia)

Tradição litúrgica bizantina:
Igreja Greco-Católica Melquita (patriarcado; sede em Damasco, Síria)
Igreja Católica Bizantina Grega (eparquia; sede em Atenas, Grécia)
Igreja Católica Bizantina Ítalo-Albanesa (eparquia; sede na Sicília, Itália)
Igreja Greco-Católica Ucraniana (arcebispado maior; sede em Kiev, Ucrânia)
Igreja Greco-Católica Bielorrussa (também chamada Católica Bizantina Bielorussa)
Igreja Greco-Católica Russa (sede em Novosibirsk, Rússia)
Igreja Greco-Católica Búlgara (eparquia; sede em Sófia, Bulgária)
Igreja Católica Bizantina Eslovaca (metropolitanato; sede em Prešov, Eslováquia)
Igreja Greco-Católica Húngara (metropolitanato; sede em Nyíregyháza, Hungria)
Igreja Católica Bizantina da Croácia e Sérvia (eparquia; sedes em Križevci, Croácia, e Ruski Krstur, Sérvia)
Igreja Greco-Católica Romena (arcebispado maior; sede em Blaj, Romênia)
Igreja Católica Bizantina Rutena (metropolitanato; sede em Pittsburgh, Estados Unidos)
Igreja Católica Bizantina Albanesa (eparquia; sede em Fier, Albânia)
Igreja Greco-Católica Macedônica (exarcado ou exarquia; sede em Escópia, Macedônia)


Tradição litúrgica armênia:
Igreja Católica Armênia (patriarcado; sede em Beirute, Líbano)

Tradição litúrgica maronita:
Igreja Maronita (patriarcado; sede em Bkerke, Líbano)

Tradição litúrgica antioquena ou siríaca ocidental:
Igreja Católica Siríaca (patriarcado; sede em Beirute, Líbano)
Igreja Católica Siro-Malancar (arcebispado maior; sede em Trivandrum, Índia)


 Tradição litúrgica caldeia ou siríaca oriental:
Igreja Católica Caldeia (patriarcado; sede em Bagdá, Iraque)

Igreja Católica Siro-Malabar (arcebispado maior; sede em Cochim, Índia)


(Fonte: site "Aletéia"). 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

SANTA MISSA e seus quatro fins.






Para muitos, um “preceito” ou uma “obrigação” semanal. Para outros tantos, apenas uma “assembleia” ou “reunião” de fiéis. Outros, cheios de boa vontade, consideram-na apenas um momento de “louvar a Deus” e de pedir “curas e libertação”.
A Santa Missa: centro da Liturgia Católica, muitas vezes é mal interpretada ou subestimada... Qual serão mesmo os fins de cada Santa Missa? O que verdadeiramente a Missa é para a Fé e Doutrina Católica?

O Catecismo da Igreja Católica dedica vários parágrafos na definição e estudo sobre a Santa Missa. Trago aqui alguns que a definem de forma mais concisa e profunda:

1330  Memorial da Paixão e da Ressurreição do Senhor. Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também santo sacrifício da Missa, “sacrifício de louvor” (Hb 13,15), sacrifício espiritual, sacrifício puro e santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios da Antiga Aliança.

1382 A Missa é ao mesmo tempo e inseparavelmente o memorial sacrifical no qual se perpetua o sacrifício da cruz, e o banquete sagrado da comunhão no Corpo e no Sangue do Senhor. Mas a celebração do Sacrifício Eucarístico está toda orientada para a união íntima dos fiéis com Cristo pela comunhão. Comungar é receber o próprio Cristo que se ofereceu por nós.

Vemos, assim, que a Santa Missa é sim “assembleia dos fiéis”, é momento no qual o povo de Deus se reúne em torno da “mesa do Senhor”, porém, muito mais do que isso, a Missa é memorial da Paixão do Senhor, é momento sagrado no qual é atualizado o único sacrifício de Cristo em sua Paixão e Morte.

Assim, como o Cordeiro Imolado é novamente e misticamente, de forma incruenta, oferecido ao Pai, o Santo Sacrifício da Missa tem os mesmos objetivos que teve o Santo Sacrifício de Cristo na Cruz. E, quais foram esses objetivos?




Latria ou Adoração a Deus

Este é o fim latrêutico da Santa Missa. Do grego “latría”, quer dizer precisamente adoração, louvor a Deus em reconhecimento da Sua Divindade, louvor a Deus por ser Deus, mas não apenas de modo “genérico”, do jeito que se pode louvar a Deus em qualquer local e momento, mas sim com a consciência de que, na Santa Missa, Deus está presente real e fisicamente na Eucaristia, que é o Seu Corpo e Sangue entregues por amor a nós a fim de nos salvar do pecado e da morte.


Eucaristia ou Ação de graças

É o próprio significado da palavra “Eucaristia”, que vem do grego e quer dizer “agradecimento”. Este é o fim eucarístico da Santa Missa: agradecer, dar graças! A Santa Missa é Eucaristia, é agradecimento, é ação de graças a Deus por tudo o que recebemos dele – principalmente por recebermos a Ele próprio! Deus mesmo nos deu o dom de lhe agradecer dignamente ao tornar possível que, na Missa, lhe ofereçamos ninguém menos que o próprio Jesus Cristo em ação de graças!


Expiação ou Reparação 

Também chamada propiciação ou expiação, é o fim propiciatório da Santa Missa: trata-se do ato de reparar o sofrimento que causamos a Deus quando, com nossos pecados, nos afastamos voluntariamente do Seu Amor. Só Jesus Cristo pode expiar condignamente, pelo Seu Sacrifício, as ofensas feitas a Deus. A Missa é sacrifício expiatório porque torna presente, na Eucaristia, o próprio Cristo em estado de vítima, com o Seu Corpo entregue por nós e o Seu Sangue derramado para nos lavar dos nossos pecados. “Este é o meu Sangue, que será derramado por muitos para a remissão dos pecados” (cf. Mt 26, 28).


Impetração ou Petição

Também chamada impetração, é o ato de rogar a Deus e lhe apresentar as nossas súplicas e preces. Este é o fim impetratório da Santa Missa. Jesus Cristo vive e intercede por nós, apresentando ao Pai a sua Paixão. Se já temos a promessa firme de alcançar tudo o que pedimos a Deus em nome de Jesus (cfr. Jo 16, 23), muito maior deve ser a nossa confiança se oferecemos a Deus o Seu próprio Filho que nos ama! Além de ser a prece de Cristo mesmo, a Santa Missa também é prece da Igreja, que une as suas súplicas às dele.

Assim, somos todos convidados a nos imbuirmos de santos sentimentos e considerações todas as vezes que participarmos da Santa Missa. Não se trata de uma “reunião” qualquer e nem somente de um “momento de louvor”, mas, de assistirmos e participarmos de Mistérios Sagrados, que de forma invisível e sacramental se renovam em cada Santa Missa.

Ali, de forma mística e incruenta, Cristo novamente é sacrificado ao Pai. Ali, a Pessoa de Cristo adora, agradece, repara e suplica perante a Pessoa do Pai. Peçamos ao Espírito Santo que toque em nossos corações, que nos tire das trevas da preguiça, da tibieza e do indiferentismo.

Que possamos participar de cada Missa com os corações compungidos, devotos, piedosos e cheios de gratidão por esse Deus que nos ama da tal forma e maneira que chega ao ponto da “loucura de amor”, sacrificando-se ao extremo para a salvação de nossas almas. 


Agora, resumindo: se alguém nos perguntar, a nós católicos, quais os objetivos do Sacrifício da Missa, podemos responder sem titubear:

    1. Latrêutico

2. Eucarístico
3. Expiatório
4. Impetratório

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

OS DEZ ENSINAMENTOS DE SÃO JOÃO MARIA VIANNEY PARA A LUTA CONTRA O MAL.


O Santo Padre de Ars nasceu na França no ano 1786. Foi um grande pregador, fazia muitas mortificações, foi um homem de oração e caridade. Tinha um dom especial para a confissão. Por isso, vinham pessoas de diferentes lugares para confessar-se com ele e escutar seus santos conselhos. Devido a seu frutífero trabalho pastoral foi nomeado padroeiro dos sacerdotes. Também combateu contra o maligno em várias ocasiões, inclusive em algumas não só espiritualmente.

Em uma delas, enquanto se preparava para celebrar a missa, um homem lhe disse que seu dormitório estava pegando fogo. Qual foi sua resposta? “O Resmungão está furioso. Quando não consegue pegar o pássaro, ele queima a sua gaiola”. Entregou a chave para aqueles que iam ajudar a apagar o fogo. Sabia que Satanás queria impedir a missa e não o permitiu.

Deus premiou sua perseverança diante das provações com um poder extraordinário que lhe permitia expulsar demônios das pessoas possuídas.
Sua confiança em Deus e fé inabalável nos dão várias lições que podem também nos ajudar em nossas lutas do dia-a-dia em nossa caminhada nesta terra. Sim, o mal existe; mas, Deus pode mais… “Quem como Deus?”.

"Menino, mostrastes-me o caminho para Ars. Eu te
mostrarei o caminho para Céu". 


Confira:

1. Não imagine que exista um lugar na terra onde possamos escapar da luta contra o demônio, se tivermos a graça de Deus, que nunca nos é negada, podemos sempre triunfar.

2. Como o bom soldado não tem medo do combate, assim o bom cristão não deve ter medo da tentação. Todos os soldados são bons no acampamento, mas é no campo de batalha que se vê a diferença entre corajosos e covardes.

3. O demônio tenta somente as almas que querem sair do pecado e aquelas que estão em estado de graça. As outras já lhe pertencem, não precisa tentá-las.

4. Uma santa se queixou a Jesus depois da tentação, perguntando a Ele: “onde você estava, meu Jesus adorável, durante esta horrível tempestade?” Ao que Ele lhe respondeu: “Eu estava bem no meio do seu coração, encantado em vê-la lutar”.

5. Um cristão deve sempre estar pronto para o combate. Como em tempo de guerra, tem sempre sentinelas aqui e ali para ver se o inimigo se aproxima. Da mesma maneira, devemos estar atentos para ver se o inimigo não está nos preparando armadilhas e, se ele está vindo para nos pegar de surpresa…

6. Três coisas são absolutamente necessárias contra a tentação: a oração, para nos esclarecer; os sacramentos, para nos fortalecer; e a vigilância para nos preservar…

7. Com nossos instintos a luta é raramente de igual: ou nossos instintos nos governam ou nós governamos nossos instintos. Como é triste se deixar levar pelos instintos! Um cristão é um nobre; ele deve, como um grande senhor, mandar em seus vassalos.

8. Nosso anjo da guarda está sempre ao nosso lado, com a pena na mão, para escrever nossas vitórias. Precisamos dizer todas as manhãs: “Vamos, minh’alma, trabalhemos para ganhar o céu”.

9. O demônio deixa bem tranquilo os maus cristãos; ninguém se preocupa com eles, mas contra aqueles que fazem o bem ele suscita mil calúnias, mil ofensas.

10. O sinal da cruz é temido pelo demônio porque é pela cruz que escapamos dele. É preciso fazer o sinal da cruz com muito respeito. Começamos pela cabeça: é o principal, a criação, o Pai; depois o coração: o amor, a vida, a redenção, o Filho; por fim, os ombros: a força, o Espírito Santo. Tudo nos lembra a cruz. Nós mesmos somos feitos em forma de cruz.



Fonte: http://cleofas.com.br/10-ensinamentos-de-s-joao-vianney-para-a-luta-contra-o-mal/

terça-feira, 7 de junho de 2016

Os sete ERROS recorrentes que nós, católicos, devemos evitar.



Dada a complexidade da teologia católica sobre a natureza da morte, o inferno e o demônio, a lista a seguir, com base nas Sagradas Escrituras e no Magistério da Igreja, contém respostas para sete erros recorrentes que os católicos devem evitar.


Jesus diversas vezes interpelou o
demônio, dirigindo-se a ele como
um ser pessoal. 
1. O demônio é um mero símbolo

Se isso fosse verdade, então Jesus deve ter se equivocado cada vez que falou do demônio em diferentes partes das Sagradas Escrituras. O diabo é real e anda ao redor, como leão que ruge procurando almas para devorar (1Pd 5,8). E, francamente, se é possível para um ser humano rejeitar Deus, por que é tão inconcebível que um anjo possa fazer o mesmo? Nessa existência, como na outra, os anjos e os seres humanos podem se alienar com Deus ou não (Dt 30,19).









Nós não somos anjos. Nossa alma é
espiritual, mas, não possui a natureza
angélica, totalmente diferente da
natureza humana. 
2. Ao morrer, tornamo-nos anjos

Não, absolutamente não. O ser humano é diferente de um anjo e não pode se tornar um ser que não é.

O Catecismo da Igreja Católica assinala no parágrafo 328 que existem anjos. No parágrafo 330, afirma que são seres puramente espirituais com inteligência e vontade. Também indica que são servidores e mensageiros de Deus.

Ao contrário de anjos, os seres humanos têm um corpo. O Catecismo assinala, no parágrafo 366, que a alma espiritual do homem foi criada por Deus e “não morre quando, na morte, se separa do corpo; e que se unirá de novo ao corpo na ressurreição final”.





A Misericórdia divina pode salvar uma
alma até no último instante de vida. 
3. É fácil determinar quem irá para o inferno

A competência da Igreja está em determinar quem está no céu, entretanto, ninguém sabe quem se encontra no inferno. Aqueles que morrem em estado de pecado mortal tem muito poucas opções disponíveis, no entanto, esta não é uma razão pela qual devemos ser ultrajantes ou triunfalistas em relação a eles. Pelo contrário, é importante orar por todos os pecadores, até mesmo os nossos piores inimigos para que se arrependam e voltem (Sab 1,13-15). Perdoem e serão perdoados (Mt 6,14, Lc 6,37). O juízo só pertence a Deus e a ninguém mais. Simplesmente não podemos conhecer o interior de outra alma e a verdadeira natureza de seu relacionamento com Deus.



O inferno existe e é uma realidade terrível. Muitas almas,
infelizmente, condenam-se ao inferno. 
4. Todos vão para o céu

O inferno existe e Jesus assegura várias vezes ao longo dos Evangelhos (Mt 7,13-14, Mt 8,12, Mc 9,43, Mt 13,41-42, 49-50, 48-49, Mt 22,13, Mt 25,46, Lc 12, 5, Jo 3,18). João também dedica uma longa passagem em Apocalipse (Ap 14,19-11; 19,3). Se todos vão para o céu, isso significa que Jesus estava errado ou era ignorante, o que é inaceitável.



O Purgatório também é uma realidade. Somente
os puros, os plenamente santos poderão ir direto
para o Céu. As almas que morreram com pecados
veniais e devendo expiar e purificar-se das
consequências de pecados mortais já confessados e
perdoados, vão para o Purgatório. 
5. Quem morre em estado de graça vai direto para o céu

Deixemos nas mãos de Deus, que tudo pode. É possível que alguns duvidem do Purgatório, mas as Sagradas Escrituras são muito claras acerca disso (2Mac 12,39-46, Mt 5,24-25., Hab 1,13, 1Co 3,11-15, Ap 21,27). O Purgatório existe como parte da economia salvífica. Além da Virgem Maria, há alguém entre nós puro o suficiente para estar diante de Deus? (Rom 3,10, 14,4, Dt 7,24, Js 23,9: 1Sam 6,20 Esd 10,13, Pr 27,4, Sl 76,7, 130,3, Na 1,6). Até mesmo os santos têm pecados que precisam ser expiados e o Purgatório é parte da infinita misericórdia de Deus, porque Ele não quer que qualquer um de nós morra, mas viva e se arrependa (2Pd 3,9).






A história e exemplos de Jó falam
por si. Os bons também sofrem e
padecem doenças, morte e
toda espécie de tribulações, às
vezes, mais do que muitos maus. 
6. As coisas ruins só acontecem com pessoas más

Cristo nos assegura pessoalmente que isso não faz sentido (Lc 13,1-5). Aos que chegaram com a notícia dos galileus que foram assassinados por Pilatos quando ofereciam sacrifícios a Deus, Ele respondeu: “Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo”.

Jesus também nos recorda que as melhores pessoas sofrem muito, no entanto, dá-nos ânimo ante as tribulações (Jo 16,33). Ele mesmo sofreu uma morte ignóbil depois de ser torturado. Sua Mãe, Maria, mulher concebida sem pecado, teve provações ao longo de sua vida que lhe causaram grande dor. Por que o resto de nós, pecadores, seremos poupados do sofrimento que Paulo nos diz em Colossenses 1,24?”. “Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja”.




Jesus, como judeu, foi obediente aos
ensinamentos e ditames de sua religião. Foi
um judeu devoto e praticante, assim como também
o foram sua Mãe Maria e seu pai São José. 
7. Podemos escolher que regras queremos obedecer


Temos o direito de questionar tudo, mas devemos aceitar o ensinamento da Igreja por completo. Se não, colocamo-nos acima da Igreja e da vontade de Deus. Jesus estabeleceu a Igreja, São Pedro como seu Vigário na terra e seus sucessores. Quem somos nós para acreditar que Deus se equivocou em suas decisões? (Jó 15,8) Como se pode contar com incrível autoridade para julgar a lei de Deus?



(Fonte:  ACI digital) 

domingo, 15 de maio de 2016

O que nosso Anjo da guarda faz após nossa morte?


O Catecismo da Igreja Católica, referindo-se aos santos anjos, ensina no número 336 que, “desde o início até a morte, a vida humana está cercada de sua custódia e intercessão”.

A partir disso, conclui-se que a pessoa conta com a proteção e guarda do seu anjo mesmo no momento da sua morte. Ou seja, os anjos não nos acompanham somente nesta vida, mas sua ação se prolonga até nossa morte, nossa passagem para a vida eterna.

Para entender a relação que une os anjos às pessoas no momento de sua passagem à outra ida, é preciso compreender que os anjos foram “enviados para todos aqueles que hão de herdar a salvação” (cf. Hb 1, 14).

Ou seja, a principal missão do anjo da guarda é a salvação do ser humano, é fazer que a pessoa entre na vida de união com Deus. E, nesta missão, encontra-se a assistência que o anjo dá às almas no momento em que se apresentam diante de Deus.

Os Padres da Igreja destacam a especial missão dos anjos de assistir as almas na hora da morte e protegê-las dos últimos ataques dos demônios.

São Luís Gonzaga (1568-1591) ensina que, no momento em que a alma abandona o corpo, esta é acompanhada e consolada pelo seu anjo da guarda para que se apresente com confiança diante do tribunal de Deus.

Segundo o santo, o anjo apresenta os méritos de Cristo, para que neles se apoie a alma no momento do seu juízo particular; e, uma vez pronunciada a sentença pelo Divino Juiz, se a alma é enviada ao purgatório, esta recebe a visita frequente do seu anjo da guarda, que a conforta e consola, levando-lhe as orações que foram feitas por ela e garantindo-lhe sua futura libertação.

A missão dos anjos da guarda continua até levar a alma à união dom Deus.

No entanto, é necessário levar em consideração que, depois da morte, nos espera um juízo particular, no qual a alma, diante de Deus, pode escolher entre abrir-se ao amor de Deus ou rejeitar definitivamente seu amor e seu perdão, renunciando assim, para sempre, à comunhão alegre com ele (cf. João Paulo II, audiência geral de 4 de agosto de 1999).

Se a alma decide entrar em comunhão com Deus, seu anjo se unirá a ela para louvar eternamente o Deus Uno e Trino.

Se a alma precisa passar pelo purgatório, seu anjo intercederá por ela diante do trono de Deus e buscar ajuda entre os homens na terra para levar orações ao seu protegido, ajudando-o a sair do purgatório o quanto antes.

As almas que decidem rejeitar definitivamente o amor e o perdão de Deus, também rejeitam a amizade eterna do seu anjo da guarda. Neste terrível evento, o anjo louva a justiça e santidade divinas.
Em qualquer um dos três possíveis cenários (céu, purgatório ou inferno), o santo anjo sempre se alegrará com o juízo de Deus, pois ele se une de maneira perfeita e total à vontade divina.

Nunca nos esqueçamos de que nós podemos nos unir aos anjos dos nossos entes queridos já falecidos, para que eles levem nossas orações diante do trono de Deus, para que o Senhor manifeste sua misericórdia.


(Pe. Antônio Maria Cárdenas, para o site “Aleteia”)

sábado, 14 de maio de 2016

OS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO: pecados que "levam à morte".





PECADOS “QUE LEVAM À MORTE” OU CONTRA O ESPÍRITO SANTO.

Foi-me pedido por minha mãe que eu explicasse dois trechos das Sagradas Escrituras que são, digamos, um pouco “difíceis”: um está contido na Primeira Epístola de São João, capítulo 5 e versículos 16 e 17, e se refere a “pecados para os quais não se deve rezar” e o outro está contido nos Evangelhos de São Mateus, São Marcos e São Lucas e se refere ao pecado ou “blasfêmia” contra o Espírito Santo.
Realmente, numa “primeira análise” parecem um pouco estranhos, pois, os Santos Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João parecem contradizer a infinita Misericórdia divina e o dever que nós cristãos temos de rezar pela conversão de nosso próximo e de todos os pecadores.

I)                 PECADOS QUE “LEVAM À MORTE”:
Transcrevo os mesmos versículos em duas versões: uma da Bíblia “Ave Maria” e outra da Bíblia da “CNBB”.

Bíblia Ave Maria:
16. Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte, reze, e Deus lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado que é para morte; não digo que se reze por este.
17.Toda iniquidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte.

Bíblia da CNBB:
16. Se alguém vê o seu irmão cometer um pecado que não leva à morte, que ele reze, e Deus dará a vida a esse irmão. Isso quando o pecado cometido não leva para a morte. Existe um pecado que leva para a morte, mas, não é a respeito desse que eu digo para se rezar.
17.Toda injustiça é pecado, mas existe pecado que não leva para a morte.

Este texto não pode ser lido fora de contexto. Explico. No contexto atual, isto é, na atualidade, nos parece muito estranho o Evangelista dizer que existem pecados pelos quais não se deve rezar... No entanto é preciso entender esse texto no contexto daquele tempo, isto é, dos chamados “tempos apostólicos” ou “primórdios da Igreja”, que englobam a segunda metade do século I,  todo o século II e a primeira metade do século III.  
Naquele tempo, os cristãos aderiam à fé com grande CONVICÇÃO. Quem se convertia, se convertia de verdade; “para valer”, como diríamos hoje em dia. Praticamente não havia, como existe hoje, cristãos “de faixada”, isto é, que são cristãos, mas, não vivem a sua fé. Assim, quem se convertia e pedia o Santo Batismo, o fazia com grande fé e convicção do que estava fazendo. Sabia que dali por diante teriam que levar uma “vida nova”, uma “nova vida em Cristo”, sem nenhum pecado, mesmo venial ou não grave. Sim. A “coisa” era levada bem a sério. Após o Batismo, não se admitia ao cristão ou à cristã que voltasse ao “homem velho”, pois, pelo Batismo, aquela pessoa estava “morta para o pecado”, em Cristo Jesus.
Assim, quando naquele tempo acontecia de alguém pecar venialmente, ele tinha que confessar suas faltas a toda assembleia de cristãos de sua comunidade. Já pensaram? Assim, a comunidade rezava pelo perdão daquele pecado e o sacerdote (presbítero ou bispo) dava o perdão do pecado e impunha uma penitência (muitas vezes bem severa).
Quando, por infelicidade (e isso era raro naqueles santos tempos) alguém cometia um pecado grave ou mortal, era praticamente EXCOMUNGADO, isto é, ficava FORA DA COMUNHÃO DA COMUNIDADE ECLESIAL. Vocês estão achando isso exagero? Quem se lembra do que aconteceu com Ananias e Safira, dois cristãos que tentaram enganar São Pedro com relação à venda dos bens que possuíam? Vocês lembram essa passagem? Já leram ela? Pois bem, a história foi narrada por São Lucas no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 5, versículos do 01 ao 10. Façam uma pequena pausa e leiam esse trecho de Atos...
(transcrevo)
1. Um certo homem chamado Ananias, de comum acordo com sua mulher Safira, vendeu um campo 2. e, combinando com ela, reteve uma parte da quantia da venda. Levando apenas a outra parte, depositou-a aos pés dos apóstolos. 3. Pedro, porém, disse: Ananias, por que tomou conta Satanás do teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca do valor do campo? 4. Acaso não o podias conservar sem vendê-lo? E depois de vendido, não podias livremente dispor dessa quantia? Por que imaginaste isso em teu coração? Não foi aos homens que mentiste, mas a Deus. 5. Ao ouvir estas palavras, Ananias caiu morto. Apoderou-se grande terror de todos os que o ouviram. 6. Uns moços retiraram-no dali, levaram-no para fora e o enterraram. 7. Depois de umas três horas, entrou também sua mulher, nada sabendo do ocorrido. 8. Pedro perguntou-lhe: Dize-me, mulher. Foi por tanto que vendestes o vosso campo? Respondeu ela: Sim, por esse preço. 9. Replicou Pedro: Por que combinastes para pôr à prova o Espírito do Senhor? Estão ali à porta os pés daqueles que sepultaram teu marido. Hão de levar-te também a ti. 10. Imediatamente caiu aos seus pés e expirou. Entrando aqueles moços, acharam-na morta. Levaram-na para fora e a enterraram junto do seu marido. 11. Sobreveio grande pavor a toda a comunidade e a todos os que ouviram falar desse acontecimento.
Pois é, irmãos e irmãs... Naqueles tempos os Apóstolos tinham que agir com maior rigor, pois, o Evangelho era encarado com seriedade, bem diferente de como é hoje em dia...  Além do mais, a lei evangélica esta começando a ser divulgada e implantada... Se já começasse “com moleza”, sem seriedade e responsabilidade, teria conseguido se implantar?
Pois bem, quando acontecia da pessoa se arrepender de um pecado mortal cometido e pedia perdão à comunidade, o presbítero ou o bispo que acolhia a confissão, antes de dar o perdão sacramental, impunham uma duríssima penitência como condição para o pecado fosse perdoado. E detalhe: avisando que no caso de uma reincidência não o seria mais! As penas realmente eram duras: meses e meses de jejuns e demonstração de humildade (p.ex. andar “vestidos de saco” e com cinzas na cabeça), peregrinar aos Lugares Santos e ali fazer penitências, servir aos pobres e necessitados durante muito tempo, não permitir a entrada no local da Missa (tinham que assistir do lado de fora), etc.. Tudo era feito para que aquela pessoa realmente demonstrasse e provasse à comunidade cristã à qual pertencia que estava verdadeiramente arrependida.
É por isso que o São João diz que a comunidade não estava obrigada a rezar por aqueles que cometeram pecados “que levam à morte”, para que os cristãos realmente temessem (e muito) cometer tais pecados!

No contexto atual podemos dar a seguinte explicação doutrinal à passagem:
Nos textos acima se vê claramente que o Evangelista não está falando de um “pecado qualquer”. Ele fala que há tipos de pecado que “levam à morte” e que “para esse tipo de pecado” ele diz que não se deve rezar... Como é que pode isso? Não nos parece, na atualidade, no conhecimento que temos da Misericórdia divina, um absurdo?
Irmãos e irmãs, há uma diferença muito grande entre os tipos de pecados e entre os tipos de pecadores. Não que não sejamos TODOS pecadores, mas, há pecadores que pecam por fraqueza ou tibieza e há pecadores que, infelizmente, pecam com pura malícia, isto é, por maldade ou por rebelião e/ou indisposição contra a vontade divina, assumida com plena permissão da consciência e vontade.
Infelizmente, isso existe: há pessoas que pecam por maldade mesmo, plenamente cônscias do que fazem e o fazem por que querem, chegando mesmo a se “deleitarem” no pecado, a terem “orgulho” do mal que fazem... Triste, não é?
Pois bem, tais pecados levam verdadeiramente à MORTE da alma... Praticamente não adianta rezar pelo perdão desse tipo de pecado, pois, a pessoa mesma não quer ser perdoada de forma alguma! Ela acha que está certa: como irá se arrepender? Para que haja arrependimento e perdão, primeiro é necessário que o pecador sinta ou reconheça que errou, que pecou... Uma pessoa que sente prazer ou orgulho pelo mal que fez, como irá se arrepender? Muito, muito difícil! Quase impossível!
Podemos continuar rezando pela conversão dos pecadores, de todos os pecadores! Porém, esses pecadores que estão afundados na maldade com plena consciência e consentimento da vontade necessitam de um grande milagre da Graça e de um grande esforço pessoal para sair desse estado de desgraça ou impiedade.
Uma pessoa que está “mergulhada” em pecados que “levam à morte”, necessita, de um grande arrependimento, de um profundo reconhecimento de que errou, de uma busca muito grande do perdão de Deus e da Igreja, através do Sacramento da Reconciliação, e de uma satisfação perfeita de seus pecados. Gente, isso não é fácil! É necessário um verdadeiro MILAGRE da Graça divina para que isso aconteça...  
O Apóstolo e Evangelista São João, já nonagenário quando escreveu suas Cartas, é muito realista e experiente: ele sabe que os tais “pecados que levam à morte” deixam a alma do pecador, ou melhor, alma do ímpio (ímpio ou ímpia é aquela pessoa que não tem mais em si o dom ou a virtude da piedade cristã) de tal forma envolvida pelo pecado que fica muito, mas, muito difícil mesmo a sua conversão.
Aproveito aqui o “mote” para falar sobre os pecados contra o Espírito Santo.

II)              PECADOS OU “BLASFÊMIAS” CONTRA O ESPÍRITO SANTO

Jesus nos fala do “pecado ou blasfêmia contra o Espírito Santo”, que, segundo diz o próprio Senhor, “não terá perdão nem neste, nem no século futuro” (isto é, nem nesta vida, nem no purgatório).  Vejamos os textos:
Por isso, eu vos digo: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada. Todo o que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século vindouro. (Mateus 12, 31-32)
... “todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno”. (Marcos 3, 29)
“Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem obterá perdão, mas aquele que tiver blasfemado contra o Espírito Santo não alcançará perdão”. (Lucas 12, 10)
O que Jesus quis dizer com essas palavras? Como é que pode? Como é possível alguém blasfemar contra Ele e poder ter perdão e alguém blasfemar contra o Espírito Santo e não ser perdoado? Que tipo de blasfêmia é essa?
Na verdade, pecar ou “blasfemar” contra o Espírito Santo não é apenas uma pessoa “dizer palavrões” contra a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, mas, a pessoa se colocar contra sua AÇÃO na alma. Como assim? Simples: todo e qualquer pecado do qual a pessoa não se arrepende, ou não quer se arrepender ou não acredita que possa ser perdoado, Deus não pode perdoar. O Espírito Santo é o Amor de Deus. Quando Deus perdoa, Ele exerce o seu Amor, sua infinita bondade e misericórdia. No momento do perdão, Deus Espírito Santo age com seu Amor. Pois bem, quando uma alma não está arrependida do mal que fez, obviamente não pede perdão a Deus, não é mesmo? Por isso, essa atitude da alma ÍMPIA (sem piedade) equivale a uma “blasfêmia” contra o Amor de Deus: o Espírito Santo. A alma simplesmente “recusa” a salvação, rejeitando a ação do Espírito Santo, isto é, sua advertência ou convite à salvação. A alma constrói uma “barreira” entre a Misericórdia de Deus e ela mesma...
Importante, aqui, que eu explique quais são os TIPOS ou MODOS de pecado contra o Espírito Santo. O Santo Catecismo da Igreja Católica ensina que existem SEIS tipos diferentes de pecado contra o Espírito Santo. Todos eles, na verdade, se correlacionam entre si. Envolvem ORGULHO, PREPOTÊNCIA, EGOÍSMO, CINISMO, RELATIVISMO, DESLEIXO e IMPIEDADE por parte da alma. Quem peca contra o Espírito Santo está muito afastado de Deus e numa condição de alma péssima, pois, para essa alma fica muito difícil a conversão. Por isso que Jesus fala que “será culpado de um pecado eterno”...


Quais são os tipos de pecado contra o Espírito Santo?

O Papa São Pio X (1903 – 1914), de santa memória, em Catecismo, classificou o Pecado contra o Espírito Santo em SEIS tipos. São eles:

- Desesperar da salvação: quando a pessoa perde as esperanças na salvação, achando que sua vida já está perdida e que ela se encontra condenada antes mesmo do Juízo. Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus.

2º - O segundo pecado é exatamente o inverso do primeiro, mas, é tão prejudicial quanto: a presunção de salvação, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma ideia de perfeição que implica num sentimento de orgulho. Ela se considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso Juiz Eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino inalienável do Juízo.
O simples fato de já se considerar eleito é uma atitude que indica a debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a convicção moral de que estamos certos em nossas ações, mas não podemos dizer que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos.
Os calvinistas, por exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus.
A Igreja Católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre o seu destino, exceto se houver uma revelação privada, aceita pelo sagrado magistério. Por essa razão, os homens não podem se considerar salvos antes do Juízo.

3º - Negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da Santa Igreja, ou seja , quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos hereges.
Considera o seu entendimento pessoal superior ao da Igreja e ao ensinamento do Espírito Santo que auxilia o sagrado magistério.

4º - Inveja da graça que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque o outro conseguiu algo de bom. Mesmo que você possua aquilo ou possa ganhar um dia. É o ato de não querer o bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz do mundo. Estou me voltando contra a vontade divina imposta no governo do mundo. Estou me voltando contra a Lei do Amor ao próximo. Não devemos invejar um bem conquistado por alguém. Se este bem é fruto de trabalho honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela graça.

5º - A obstinação no pecado é a vontade firme de permanecer no erro mesmo após a ação de convencimento do Espírito Santo. É não aceitar a ética cristã. Você cria o seu critério de julgamento ético. Ou simplesmente não adota ética nenhuma e assim se aparta da vontade de Deus e rejeita a Salvação.

 6º - A impenitência final é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus: o indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Consagra-se ao Adversário de Cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta se aproximar do Pai, manifestando humildade e compaixão. Não se abre ao convite do Espírito Santo definitivamente.


Bem, espero que essas explicações ajudem a esclarecer quaisquer dúvidas. Não deixemos de rezar pelos pecadores... Sempre! Tudo entreguemos a Deus para que Ele, pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos Santos e Santas do Paraíso, possa alcançar a graça da salvação para muitos, pelos méritos infinitos da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Deus pode operar grandes milagres de conversão. Ele é o Senhor da Graça e a própria Misericórdia. Se muitos se condenam, não é porque sua Misericórdia é limitada, mas, porque, infelizmente, rejeitaram a Graça divina até o fim... 

(Giovani Carvalho Mendes, ocds)