Depoimento
da expressão fisionômica de Jesus, encontrado na biblioteca dos Lazaristas, em
Roma, na carta escrita ao César Romano, Tibério César, imperador de 14 a 37 D.C., por Públius
Lentulus, da Judéia, predecessor de Pôncio Pilatos, que se refere a Jesus
Cristo, que naquela época, nas terras da Palestina, principiava as suas
prédicas.
“Do senador
Públius Lentulus na Judéia ao César Romano: soube ó César, que desejavas ter
conhecimento do que passo a dizer-te. Há aqui um homem chamado Jesus Cristo, a
quem o povo chama profeta e seus discípulos afirmam ser o Filho de Deus,
criador do Céu e da Terra.
Realmente, ó César, todos os dias chegam notícias
das maravilhas deste Cristo: para dizer-te em poucas palavras, dá vista aos
cegos, cura os doentes, surpreende toda Jerusalém. Belo e de aspecto
insinuante, é um homem de justa estatura, e sua figura é tão majestosa que
todos o amam irresistivelmente. Sua fisionomia, de uma beleza incomparável,
revela meiguice e ao mesmo tempo tal dignidade, que ao olhar-se para ele, cada
qual se sente obrigado a amá-lo e a temê-lo ao mesmo tempo. O cabelo dele, até
as alturas das orelhas, é da cor das searas quando maduras, emoldurando
divinamente a sua fronte radiosa de jovem mestre; caindo em anéis reluzentes,
espalham-se pelos seus ombros com uma graça infinita, sendo então de uma cor
indefinível, como o vinho, claro e brilhante. Ele trás o mesmo apartado ao meio
por uma risca à moda dos nazarenos. A barba é da cor do cabelo e não muito
larga e também dividida. O olhar de paz é profundo e grave, com reflexos nos
olhos de várias cores, e o que mais surpreende é que resplandecem. As pupilas
parecem os raios do sol. Ninguém pode fitar-lhe o rosto deslumbrante.
O seu porte
é muito distinto. Possui encanto e atrai os olhares. Tão belo o quanto pode ser
um homem belo, ele é ser mais nobre que imaginar se pode e muito semelhante à
sua Mãe, mais formosa figura de mulher que até hoje apareceu na terra. Nunca
foi visto sorrindo, mas já foi visto várias vezes chorando. Faz-se amigo de
todos e mostra-se alegre com gravidade, e quanto é visto em público, aparece
sempre com grande simplicidade. Quer fale, quer opere, fá-lo sempre com
elegância e sobriedade. Toda gente acha a conversação dele muito agradável e
sedutora.

De sua
figura singular, extraordinária , de beleza simples, vêem um ‘quê’ diferente
que arrebata as multidões, e essas se assemelham, ouvindo as suas promessas
sobre um eterno reinado.

Muitos
judeus o têm por divino e crêem nele. Também o acusam a mim dizendo, ó César,
que ele é contra a tua majestade, porque afirma que reis e vassalos são todos
iguais diante de Deus, e assevera que acima do teu poder, ó César, reina único
Deus todo-poderoso, consolador de todos os homens desesperados e aflitos.
Ando
apoquentado com estes hebreus que pretendem convencer-me de que ele é
prejudicial. Mas os que o conhecem que a ele têm recorrido, afirmam que ele
nunca fez mal a alguma pessoa e, antes, emprega todos os seus esforços para
fazer a humanidade feliz.
Estou
pronto, ó César, a obedecer-te e a cumprir o que me ordenares”.
Iniciamos HOJE, dia 01 de março, o tempo quaresmal. Além de ser um tempo de conversão, de busca de Deus, de penitência e de oração, creio que seja momento propício para amarmos o Senhor não somente em sua divindade, digníssima de toda adoração, mas, também em sua humanidade santíssima. Santa Teresa, nossa mãe, centralizava sua espiritualidade na contemplação e no amor à Santíssima Humanidade de Cristo. Sim! Temos que amar, venerar, honrar e adorar a Humanidade de Jesus, nosso Senhor, pois ela está hipostaticamente unida à divindade do Verbo, Segunda Pessoa da Trindade. A única Pessoa, divina, de Cristo tem duas naturezas: divina e humana e ambas são dignas de honra, glória, louvor, adoração e toda reverência.
Contemplemos mais amiúde a Face adorável de Cristo. Contemplemos seu Sacratíssimo Coração. Contemplemos suas Santíssimas Chagas e seu Preciosíssimo Sangue. Certamente, se o fizermos, nos aprofundaremos na contemplação da divindade que se dignou assumir a nossa humanidade em Cristo Jesus.
Giovani Carvalho Mendes, ocds
(Irmão João Maria da Encarnação)
Simplesmente sublime""
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