Frei Savério Cannistrà, Prepósito Geral da OCD. |
Roma, 27 de marzo
de 2016
Aos queridos irmãos
da Ordem Secular, provinciais OCD, delegados provinciais e assistentes da OCDS:
A paz e a alegria
de Cristo Ressuscitado esteja com todos vocês!
Dirijo-me a vós com
afeto fraterno neste dia de Páscoa, dia da vitória do amor de Deus Pai, o qual,
“em sua grande misericórdia nos regenerou
mediante a ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos, para uma esperança
viva” (I Pedro 1, 3).
No mês de maio do
ano passado, como sabeis, teve lugar em Ávila nosso Capítulo Geral, no qual a
OCDS participou com alguns representantes e com alguns representantes e com
vossas respostas ao questionário enviado pela Secretaria Geral da OCDS em
setembro de 2014. Quero, antes de mais nada, dar-vos graças por vossas
expressões de gratidão e vossas orações, bem como também pelas sugestões
dirigidas aos capitulares.
Com esta carta
queria aprofundar algumas questões postas de manifesto em vossas respostas e
apresentar algumas sugestões, dado que durante o Capítulo não tivemos o tempo
necessário para discuti-las e dar-lhes uma contestação.
1.
Em
primeiro lugar, a respeito da criação de um “Conselho Internacional da OCDS”,
temos recebido uma variedade de respostas: tanto aquelas que manifestavam
entusiasmo pela ideia quanto aquelas que a ela se opunham. Certamente não houve
um consenso claro e majoritário, que aconselhasse instituir rapidamente o
Conselho. As muitas dúvidas a cerca da utilidade ou oportunidade de tal
conselho, seu funcionamento, assim como as dificuldades de comunicação por
causa das diversas línguas e os custos econômicos que traria consigo, nos
convidam a realizar uma reflexão mais profunda. Diante dessa situação, pensamos
que é melhor fortalecer o papel dos Conselhos Provinciais nas diversas
circunscrições. Segundo as Constituições OCDS (nº 57-58) e os estatutos de cada
Província, toca a eles o dever de organizar cursos de formação, iniciativas de
animação da vida e de promoção do apostolado das Comunidades, em diálogo e
colaboração com os religiosos. Nesse sentido, os animo a prosseguir neste
caminho, superando, inclusive, os confins da própria circunscrição para
abri-los a uma colaboração interprovincial e nacional.
2.
Outro
tema que considero fundamental é o da formação. Desejo, antes de tudo, exortar
a nossos religiosos a dedicarem-se com sempre maior esforço à formação de
nossos leigos, para que cresçam na própria identidade laical e possam
testemunhar a espiritualidade da Ordem em sua vida cotidiana. Esta tarefa, no
tocante ao acompanhamento dos indivíduos e das comunidades, pode ser cumprida
também aproveitando as possibilidades oferecidas pelos novos meios de
comunicação.
Um segundo aspecto
da formação, a mim me parecer o mais importante, é o que compromete diretamente
a cada uma das Comunidades e, em particular, ao Conselho da Comunidade. Sua
tarefa principal é promover a “formação e o amadurecimento cristão dos membros
da Comunidade”, preparando a pessoa a “viver o carisma e a espiritualidade do
Carmelo, no seguimento de Cristo, a serviço da missão” (Const. OCDS 46.32).
Quanto a este aspecto, os programas formativos de cada Província devem
atualizar-se constantemente segundo uma pedagogia adaptada aos nossos tempos e
aos jovens, que facilite a compreensão do carisma segundo a mentalidade de hoje
e clarifique a identidade do membro da Ordem Secular. Ademais, a promoção das
vocações, seu discernimento, sua acolhida e acompanhamento são cruciais para a
sobrevivência da mesma Comunidade. Todas estas atividades serão eficazes
somente se vão unidas ao bom testemunho de vida fraterna nas Comunidades,
segundo o estilo teresiano. Esta é a terra fecunda que permite viver e
contagiar aos outros a vida que provém de serem ramos unidos à única Vida que é
Cristo. Somente assim, será possível vencer as tentações de divisão e afrontar
aos muitos desafios que o mundo apresenta.
Finalmente, um
terceiro pensamento (ou aspecto) sobre a formação tem que tudo a ver com a
dimensão missionária: cada vocação na Igreja é chamada à missão. Por isso,
hoje, mais do que nunca, temos necessidade de uma formação sólida. Dar
testemunho dos valores do Evangelho em meio a um mundo pluralista, às vezes até
hostil e em tantos lugares anticristãos, exige o valor (a coragem) do martírio
e a fortaleza que nos vem somente do Espírito prometido por Jesus (cf. Lucas
12, 11-12), como também de uma vida de oração e amizade com Ele. Essa adesão
vital a Cristo é fundamental para levar a mensagem de salvação do Evangelho
precisamente ao lugar de vossa santificação e, assim, responder às diversas
necessidades da sociedade e da Igreja em cada país, segundo nosso carisma.
Temos recebido um tesouro e devemos compartilhá-lo indo ao encontro das pessoas
para dizer-lhes que Deus quer empreender um caminho de amizade na oração com
cada ser humano, amado por Ele infinitamente. Partindo deste núcleo central de
nosso carisma, somos chamados a colaborar ativamente com a missão da Ordem.
Por outro lado, a
Igreja mesma nos oferece indicações atuais e seguras sobre a evangelização em
seus documentos , em particular em um dos mais recentes: “Evangelii Gaudium”. A
evangelização encontra raízes na amizade com o Senhor Jesus, em contemplá-lo
amorosamente a partir do Evangelho (cf. EG 264). Graças a esta relação de
amizade, podemos descobri-lo presente no contexto de nossa vida cotidiana,
assim como também nas pessoas que encontramos. Modelo desta atitude é a Virgem
Maria, que meditava em seu coração os acontecimentos da história.
Certamente, para
sermos bons discípulos-missionários, temos necessidade de uma boa formação
doutrinal e carmelitana. A este respeito, quero agradecer às Províncias e
Comunidades que ajudam a outras com o envio de livros ou materiais de formação.
De outra parte,
recordo algumas interessantes iniciativas da parte de algumas Províncias que
envolvem a leigos, religiosos e especialistas em cursos oferecidos
periodicamente com este objetivo. Como sabeis, a Ordem tem centros de formação
internacional em Roma e em Ávila e pensamos continuar organizando também neste
sextênio cursos de formação bíblico-carmelitana na Terra Santa em distintas
línguas. São âmbitos abertos a todos e, ainda que suponham um esforço desde o
ponto de vista da disponibilidade de tempo e de meios econômicos, são
certamente muito importantes.
3.
Haveis
manifestado também o desejo de uma maior comunicação entre os frades, monjas e
leigos. A este propósito, uma das iniciativas empreendidas pelo centro da Ordem
são as cartas do Definitório, que depois de cada sessão são enviadas aos Padres
Provinciais, para que as transmitam também às monjas e aos leigos. Vos
informamos que está em precesso de reestruturação a página oficial da Ordem na
internet (http://www.carmelitasdescalzos.com).
Temos também perfis no Facebook com o nome da Curia Generalizia Carmelitani
Scalzi (https://www.facebook.com/Curia-Generalizia-Carmelitani-Scalzi-658766940887784/?ref=aymt_homepage_panel)
e no
Twitter: @ocdcuria, para a comunicação cotidiana, todos eles oficiais da Casa
Geral OCD em Roma.
Para uma maior
colaboração nas formações, vos pedimos que envieis vossas notícias de caráter
provincial (congressos, encontros, etc) ao correio eletrônico do Secretário
para a informação: ocdinform@gmail.com.
No que se refere às Províncias e aos Mosteiros das monjas, a comunicação se
deve realizar de acordo com as possibilidades e meios disponíveis. É um serviço
importante e frutífero que requer a colaboração de todos na Província.
4.
Antes
de terminar, quero dar-vos graças e fazer uma chamada aos Capítulos Provinciais
dos Frades que se celebrarão no primeiro semestre do ano de 2017. Dar-vos
graças por tantos e bonitos testemunhos de apostolado e solidariedade que nos
haveis dado; agradeço também a ajuda econômica que muitos de vós dais às nossas
monjas e aos frades e à Casa Geral da Ordem.
A chamada que
dirijo aos Conselhos Provinciais das Províncias OCD é a de convidar aos
representantes da OCDS aos Capítulos Provinciais, com o fim de poder avaliar
com eles o caminho realizado e projetar iniciativas pastorais comuns para o
futuro. Deste diálogo e colaboração surgirão sem dúvida bons frutos.
Ao mesmo tempo,
dirijo uma palavra de agradecimento aos Provinciais, aos Delegados provinciais
para a OCDS e aos Assistentes das Comunidades: vosso ministério é importante
enquanto ajuda, ao reconhecer a dignidade dos leigos da Ordem, chamados a viver
a mesma vocação à santidade segundo o carisma do Carmelo Teresiano em meio ao mundo.
Que a Virgem do
Carmo e São José seu Esposo intercedam por cada um de vós, por vossas famílias
e pelas Comunidades. O Senhor vos abençoe em vossa missão neste Ano Santo da
Misericórdia, para que sejais sinais da Presença do Reino.
Fraternalmente
Frei Saverio
Cannistrà, OCD.
Prepósito Geral
Nenhum comentário:
Postar um comentário