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terça-feira, 9 de agosto de 2016

A BELA HISTÓRIA DA DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DO Ó

"O Carmelo é todo de Maria": esta bela e significativa afirmação do Papa Leão XIII é tão verdadeira, que nós, carmelitas, nos sentimos atraídos a venerar a Virgem Maria não somente sob o título de Nossa Senhora do Carmo, mas, em todos os seus demais títulos. A Virgem Santíssima possui diversos títulos, quer referentes à suas virtudes, quer referentes a passagens de sua vida, quer referentes a locais onde apareceu ou onde seu culto tomou grandes proporções devido a sinais e prodígios atribuídos a Ela mesma. Hoje, trago ao conhecimento dos leitores a bela história do título "Nossa Senhora do Ó". 



Certos nomes ou invocações de Nossa Senhora, pelo fato de os termos ouvido sempre, desde a infância, não nos chamam a atenção. Mas, para quem nunca os ouviu, parecem um tanto estranhos. Fato muitas vezes embaraçoso para quem reside ao lado de uma imagem que sempre invocou e nem sabe qual a origem do nome. Foi o que aconteceu a um amigo com a invocação de Nossa Senhora do Ó. Tantas vezes a ouviu, e quando lhe perguntaram o significado dela, que perplexidade!

Após o pecado original, Deus prometeu a Adão que viria um Redentor. A humanidade ficou séculos esperando o nascimento daquele que nos abriria as portas do Céu. Especialmente no povo eleito, havia os que aguardavam o nascimento desse Salvador, o Messias. E, sobretudo, esperava-O ardentemente uma donzela pertencente ao povo judeu: Maria Santíssima.

Para celebrar essa expectativa de Nossa Senhora, o anseio e a alegria com que Ela aguardava o nascimento de seu divino Filho, determinou a Igreja que a última semana antes do Natal fosse denominada “da expectação” ou “da esperança”. E que esses desejos estivessem refletidos nas antífonas do Ofício ou Breviário que os sacerdotes e religiosos devem rezar.

Por coincidência, nessa mesma semana, elas começavam todas por “Ó!“: Ó, Sabedoria! Ó, Emmanuel! Ó, Rei dos Povos!, etc; antífonas que terminavam todas com a invocação “veni”, ou seja, “vinde“.

Tais súplicas ardentes, para que viesse logo o Salvador do mundo, a Santa Igreja as extraiu das mais notáveis passagens da Sagrada Escritura, nas quais os Patriarcas e Profetas manifestavam seus desejos de que nascesse o quanto antes o Redentor.

Se eles manifestavam assim tais desejos, quanto mais não os manifestaria Nossa Senhora, que sabia estar tão próximo o nascimento do Messias! E se eles diziam “Ó, Senhor, vinde logo“, com quanta mais fé Nossa Senhora não diria o mesmo! Desse pensamento piedoso nasceu a devoção a Nossa Senhora do Ó.



Uma devoção que sobrevive à transformação da cidade de São Paulo

Na capital paulista, a paróquia da Freguesia do Ó, e o bairro nascido em torno dela, devem o seu nome a essa invocação. Já em 1618 havia sido construída uma capela com tal nome numa aldeia de índios próxima a Piratininga pelo bandeirante Manuel Preto. Mas com o aumento da população foi necessário edificar novo templo, concluído em 1795. Essa nova igreja incendiou-se no final do século XIX, tendo sido substituída pela atual, que data de 1901.

Se esse templo falasse, poderia narrar as incríveis transformações que viu se realizarem a seu redor… Em todo caso, é reconfortante ver ainda hoje a torre da igreja com seus anjos tocando trombeta para celebrar a alegria da Virgem que vai dar à luz.


Devoção antiga em três outros Estados brasileiros

Embora não haja documentos que o comprovem, parece ter sido em Olinda que começou essa devoção no Brasil. Isto porque existe uma imagem que consta ter sido levada lá por ocasião da fundação da cidade. Talvez a tenha conduzido algum devoto português de Évora ou Torres Novas, locais onde tal devoção é muito difundida. Em todo caso, é certo que já em 1709 a imagem se encontrava no local.

No Rio de Janeiro, existiu uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora do Ó, na Várzea, junto ao morro de São Januário e da praia, que foi construída após a reconquista da cidade das mãos dos franceses calvinistas.

Na cidade de Sabará, em Minas Gerais, a devoção foi levada àquela região pela família do bandeirante Bartolomeu Bueno, a qual construiu no século XVIII uma igreja com a mesma invocação.

Em vários lugares do território brasileiro, portanto, a devoção tem origem muito antiga, e, se em alguns locais a devoção infelizmente desapareceu, em outros se mantém até o presente.

Também na América hispânica a devoção se difundiu, o que não é de estranhar, uma vez que foi um espanhol do século VII, Santo Ildefonso, bispo de Toledo, na Espanha, quem pela primeira vez mandou festejar tal invocação.

E foi especialmente no Peru que a devoção vingou, graças ao empenho dos padres jesuítas. Estes fundaram em Lima, na igreja de San Pedro y San Pablo, uma confraria que começou com apenas 12 pessoas e poucos recursos, foi crescendo até contar atualmente com centenas de associados e um capital considerável.

Infelizmente, tanto no exterior quanto no Brasil a devoção foi decaindo, por motivos vários. Dentre eles, convém assinalar o fato de o homem moderno ter o coração fechado para as alegrias inocentes, como é a alegria do Natal, ou a alegria da mãe que espera o nascimento de seu filho. Quantos homens não sentem mais nenhuma alegria no Natal, quando antes o esperavam ansiosos na infância!

Concluímos com uma proposta: assim como Nossa Senhora, na expectativa do nascimento do Salvador, rogava “Ó, Senhor, vinde logo!“, também nós devemos, hoje mais do que nunca, suplicar:

“Ó, Senhora, vinde logo! Antes havia a expectativa da vinda de Vosso Divino Filho. Hoje, grande é a expectativa de que se cumpram as profecias que anunciastes em Fátima no ano de 1917. Não tardeis!”



Iconografia e data litúrgica

A imagem de Nossa Senhora do Ó apresenta a Virgem com uma das mãos (geralmente a mão esquerda)espalmada sobre o ventre em fase final de gravidez. A mão direita pode aparecer  em simetria à outra ou levantada. Encontram-se imagens com esta mão segurando um livro aberto ou também uma fonte, ambos significando a Fonte da Vida.

Nossa Senhora do Ó é celebrada no dia 18 de dezembro, já às portas do Natal do Salvador.

Bibliografia:
– Ruben Vargas Ugarte, S.J., “Historia del Culto de María en Iberoamérica y de sus Imágenes y Santuarios más celebrados”, Madrid, 1956, Tomo II, 3a edição.
– Nilza Botelho Megale, “Cento e doze invocações da Virgem Maria no Brasil”, Ed. Vozes, 2a edição, Petropolis, 1986.
– Edésia Aducci, “Maria e seus gloriosos títulos”, Ed. Lar Católico, 1a edição, 1958.

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A partir de matéria da Revista Catolicismo, fevereiro de 2000

segunda-feira, 25 de julho de 2016

DOZE COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO.



A devoção do Escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais”, disse o Papa Pio XII. Conheça aqui 12 chaves para quem usa este objeto religioso.


1. Não é um amuleto

Não é um amuleto nem nenhuma garantia automática de salvação ou uma dispensa para não viver as exigências da vida cristã. “Perguntas: e se eu quiser morrer com meus pecados? Eu te respondo, então morrerá em pecado, mas não morrerá com teu escapulário”, advertia São Cláudio de la Colombière.


2. Era uma veste

Escapulário vem do latim “scapulae” que significa “ombros” e originalmente era uma veste sobreposta que caia dos ombros, usada pelos monges no trabalho. Os carmelitas o assumiram como mostra de dedicação especial à Virgem, buscando imitar sua entrega a Cristo e ao próximo.


3. É um presente da Virgem

Segundo a tradição, o escapulário, tal como se conhece atualmente, foi dado pela própria Virgem Maria a São Simão Stock em 16 de julho de 1251. A Mãe de Deus lhe disse: “Deve ser um sinal e privilégio para ti e para todos os Carmelitas: Aquele que morrer usando o escapulário não sofrerá o fogo eterno”. Posteriormente, a Igreja estendeu este escapulário aos leigos.


4. É um mini hábito

É como um hábito carmelita em miniatura que todos os devotos podem portar como mostra de sua consagração à Virgem. Consiste em um cordão que se coloca no pescoço com duas peças pequenas de tecido cor de café. Uma das peças fica sobre o peito e a outra sobre as costas e se costuma usar sob a roupa.


5. É sinal de serviço

Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, dizia: “Assim como os homens ficam orgulhosos quando outros usam a sua insígnia, assim a Santíssima Virgem se alegra quando os seus filhos usam o escapulário como sinal de que se dedicam ao seu serviço e são membros da família da Mãe de Deus”.

6. Tem três significados
O amor e o amparo maternal de Maria, a pertença a Nossa Senhora e o suave jugo de Cristo que Ela nos ajuda a levar.

O Papa São João Paulo II era muito devoto do Santo Escapulário. Quando leigo
seminarista e padre, era da Ordem Secular dos Carmelitas Descalços. Em carta
endereçada aos Padres Gerais da Ordem Carmelita e da Ordem Carmelita Descalça
o Papa revelou que desde os oito anos de idade que usa devotamente o Escapulário.

7. É um sacramental

É reconhecido pela Igreja como um sacramental. Ou seja, um sinal que ajuda a viver santamente e a aumentar nossa devoção. O escapulário não comunica graças como fazem os Sacramentos, mas sim dispõe ao amor do Senhor e ao arrependimento se recebido com devoção.


8. Pode ser dado a um não católico

Certo dia, levaram a São Stock um ancião moribundo, que ao recuperar a consciência disse ao santo que não era católico, que usava o escapulário como promessa a seus amigos e que rezava uma Ave Maria diariamente. Antes de morrer, recebeu o batismo e a unção dos enfermos.


9. Foi visto em uma aparição de Fátima

Lúcia, a vidente da Virgem da Fátima, contou que na última aparição (outubro de 1917), Maria apareceu com o hábito carmelita e o escapulário na mão e voltou a pedir que seus verdadeiros filhos o levassem com reverência. Deste modo, pediu que aqueles que se consagrem a Ela o usem como sinal desta consagração.


10. O escapulário que não se danificou

O Beato Papa Gregório X foi enterrado com seu escapulário e 600 anos depois, quando abriram sua tumba, o objeto mariano estava intacto. Algo semelhante aconteceu com Santo Afonso Maria de Ligório. São João Bosco e São João Paulo II também o usavam e São Pedro Claver investia com o escapulário os que convertia e preparava.


11. Não é qualquer um que o pode impor

A imposição do escapulário deve ser feita por um sacerdote, preferivelmente em comunidade, e que, na celebração, fique bem expresso o sentido espiritual e de compromisso com a Virgem. O primeiro escapulário deve ser abençoado e posto sobre o devoto com a seguinte oração.

“Recebe este santo Escapulário como sinal da Santíssima Virgem Maria, Rainha do Carmelo, para que, com seus méritos, o uses sempre com dignidade, seja tua defesa em todas as adversidades e te conduza à vida eterna”.


12. Só se abençoa o primeiro que recebe


Quando se abençoa o primeiro escapulário, o devoto não precisa pedir a bênção para escapulários posteriores. Os já gastos, se foram abençoados, não devem ser jogados no lixo, mas podem ser queimados ou enterrados como sinal de respeito.